
A renúncia vem depois de se ter.
Com a abstenção nem se tem.
Pode ser. Mas nas duas há o cunho psicológico.
A primeira é o desapego à recompensa;
e na abstenção, deixa-se de fazer por desejo.
E quem deixa de fazer porque é penoso?
Deve ser egoísta.
O que dizem os vedas?
Dão valor ao trabalho sem pensar em recompensa,
mas quem age indeciso, sem rumo certo,
sem jeito nem critério, provavelmene está iludido, e por
isso ilude a todos, de modo que age com desmazelo. Quem tem
autodomínio, alma serena, é puro de coração, paciente e sábio.
E a consciência?
Deve obedecê-la, ainda que sempre imperfeita.
Como aperfeiçoá-la?
Só alcança a transcendente serenidade quem, desinteressado e no
espírito de renúncia, executa seu trabalho sem visar recompensa.
Bonito. Mas viverá de quê?
A natureza se encarregará. Não se preocupe.
Então não é melhor nada fazer?
Ilude-te. Neste caso serás compelido a fazer,
mesmo contra tua vontade.
Desse modo me tornarei um asceta.
E por acaso, do jeito que vives, pensas que poderia ser o que?
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