Ouro

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Puxa, que contraste!
Gosto do colorido. Você não?
Claro; era isso que lhe dizia!
No entanto, me veio com a TV.
Você rezava por chuva. Pensei que tivesse algum poder.
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Queria o arcoíris.
Até a chegada dele poderia ver algumas belas atrizes.
Quack! Mal saiu, experimentei ligar a furiosa. Veja o que me veio na tela: As atrações da TV paulistana
E agora? Ruma para algum objetivo?
Vou pra mais longe.
Que adianta?
Não serei pisoteado pela boiada.
Mas que tanto receio é esse?
Quero que me explique qual é a vantagem de seguir nos bretes.
Não é bem assim. Falamos de gente. Uns precisam dos outros. E o isolamento só poderá lhe trazer a tristeza de um banido, de um expatriado.
Não me fale em padres.
Pátria!
É tudo da mesma raiz. Induzem o rebanho.
Muita gente precisa.
Ser tosqueada? Ora, aqui ando nú, quanto muito de calção e camiseta; portanto, estou fora da ambição pastoral.
Também está fora do alcance do amor.
Ele conhece fronteira?
Lembro que o coração não sente o que os olhos não vêem.
Não concordo. Ninguém acredita no que vê. Sempre supõem que exista algo oculto. Então dá no mesmo. Sou um oculto assumido, pronto.
Aí fica difícil.
Para quem?
De haver a completude, ora. Ninguém pode ser feliz sozinho. Nunca cantaram pra você?
A TV me mostrou a felicidade que estão vivendo.
Poderia saber no que você acredita?
No amor, que é incondicional.
Isso não existe. Amor em uma cabana nem em poesia.
Então devolvo a pergunta. No quê você acredita??