
Sim.
Dormiste bem?
Nem tanto, mas me acordaram com flores.
Não acredito! Então estás salvo!
=
Bem, o perfume se esvai, e elas murcham.
Êta espírito. Não é porque o dia acaba que não devamos aproveitar os raios do Sol!
Sol? Do que falas? Moro numa caverna já há mais de dez anos, nem o reconheceria mais.
Bem, ele parece ter furado o bloqueio de sua caverninha preciosa. Raios multicoloridos adentram em seus aposentos como arcoíris perfumado. Eis o caminho da luz.
Tomara que não seja um trem perdido. Por ora aceito. Oro em agradecimento.
Diga-me onde nasceste.
Tua curiosidade se deve a supor que o lugar onde a criança dá seu primeiro grito de dependência é essencial à sua nobreza, como sói acontecer?
Apenas para traçar uma linha de percurso.
Linha quem tem é trem. De todo modo sseguro-te que não nasci em nenhuma ilha flutuante, nem dentro dessa maldita caverna. Vim dos altos dos morros, onde cantam cotovias, terra de parreirais abundantes, belas donzelas, e trabalhos marcantes.
Mas se tem tudo isso, porque ainda trabalham?
Lá não deixam brotar nehuma planta boa ao vulgo. Rosas, violetas e uvas brancas seduzem o olfato e a visão, de modo que preservam esse jardim mil vezes mais delciosos do que de Adonis.
Deves ter mesmo alguma saudade, ainda mais enfiado aí no lúgubre.
Sei valorizar a noite como prenúncio do dia. Ele não me furtou. Ei-lo, magestoso, invadindo com seu espectro o meu ninho de morcêgo. Sairei, sim, como um dançarino que vara o dia, rumo a uma noite enluarada.
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