Recebi bela mensagem, por linda retransmissora, com a incumbência de trazer para você, para que comente:
"Obstáculos são aqueles perigos que você vê quando tira os olhos de seu objetivo." Henry Ford.
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Parece bem colocado, mas temos que levar em conta que a oração veio de um fabricante de automóvel. Para qualquer motorista, tirar os olhos da estrada pode ser mesmo fatal. E para inúmeras circunstâncias convém a advertência. A vida, contudo, é ampla, e muito rica. Só enxergamos uma migalha. Nossa visão retilínea condiciona-nos a estreitos objetivos, tal qual cavalo de carroça. O Universo requer apreciações periféricas, porque ele é aberto, dinâmico, fluído, em expansão. Nada é estático. Não há objetivo. Você até pode escolher um, determiná-lo e tal, mas ao traçá-lo, exclui todos os outros. Trocar a plena diversidade pela unidade não lhe parece um mau negócio, no mínimo arriscado?
Bem, parece existir os dous lados, como gostava Machado. Mas você não pode pretender tudo que se oferece. Há coisas ou ações mais compatíveis com sua personalidade, e outras que a rigor não lhe dizem respeito, provavelmente a maioria, até. Desejos são inerentes ao ser humano, pelo menos desejo de permanecer vivo. Ao separar e escolher seu interesse, obviamente você lavra um destino.
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Concordo, mas destinos são sempre provisórios, por causa do natural aperfeiçoamento. Cada dia parece conter uma infinidade, e a gente também vai mudando. Quando se é criança, nada melhor que brincar; na adolescência, sonhar. Maduro, vem melhor usufruto, porque já estamos mais adaptados. O próprio ser vai ampliando seus horizontes, de modo que permanecer circunscrito a uma meta, que requer prévia estipulação, portanto em condições diversas da atualidade, predispõe a um aproveitamento, na melhor das hipóteses, apenas parcial, incompleto.
Muito bem. Então o que sugere para alcançar alguma plenitude?
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Suponho que a inteligência seja o meio e o fim, mas ela só vinga em simbiose. Explico melhor: serve de conexão entre a expectativa do ser humano, sim, suas necessidades e seus desejos, para que possam ser satisfeitos por algo que lhe excede, ou nestes casos, que lhe falta. Mas essas metas não devem ser exclusivas, porque dependem do exterior, das circunstâncias, da roda-viva.
Neste caso apuraremos mais um biruta!
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A vida é complexa, e temos que levá-la em consideração. Não cabe conservar um pensamento simplista. Ao deslocarmo-nos sobre uma superfície, numa direção qualquer, temos a impressão de viajarmos em linha reta. A realidade, contudo, é outra. Se continuamos a viajar na mesma direção, cumprimos o circuito da Terra, e regressamos ao ponto de partida.
Solução! Eu quero é solução, e não enrolação!
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Como disse, não há solução. Procurar por isso é querer catar alimento em Saturno. Mas lhe aponto vários orientes, para onde preferir. O mundo se expande para todos pontos. Coloque sua proa na direção que lhe apraz. Simples. E funcional. Com certeza.
sábado, 15 de maio de 2010
Easy Rider
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