segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pito

Suas desídias geraram séria reclamação:
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que,
esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
Boa Tarde. Bom inicio de Semana
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Óps.
Naturalmente ela não me conhece. Estendo-me um pouco, pois, para não ser tomado como anão. O que mais fiz e até hoje faço é arriscar. Não tem adiantado. Não consegui morrer. O risco só talha; e o corte deixa apenas cicatriz.
É certo, contudo, que não uso as forças - não gosto nada forçado. Quanto ao egoísmo, ignoro isso. E do sofrimento? Ah, se pudéssemos mesmo nos esquivar, não haveria nem choro, nem ranger de dentes. Da felicidade? Basta pensar, algumas vezes jejuar, outras tantas esperar. Se não fizermos isso, por certo podemos nos perder. Ela, porém, jamais se perde. Tem um faro incrível, e uma missão imperdível. Os votos são atrasados. Hoje é segunda, de modo que a semana começou ontem. E nesse dia estive bem, embora estarrecido. Passei em companhia de meus amigos imortais. Malgrado transcorrer milênios, nossa civilização ainda caminha pelo mapa de Platão, aquele ilusionista.O pensamento geral é todo fragmentado, e o objetivo é apenas o poder. Depois, o que fazer com ele ninguém sabe! Coincidentemente, a percepção das dialéticas introjetadas ajuda-me a compreender o pito que de graça, por muita graça eu ganho.
Apraz-me a peregrinação pelos mares ocidentais. É uma tarefa que faço em prol da humanidade. Certamente jamais me arrependerei por alocar meu precioso tempo a um futuro no qual nem eu nem ela estaremos presentes para receber os dividendos, mas a primavera já anda por perto, e com ela todas as cores, de modo que por ora me resigno.
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