quarta-feira, 8 de julho de 2009

Dependente Químico


Confesso a mais completa dependência!
Durmo mal, não consigo esquecer.
Sinto muito, demais a sua ausência.

Sem você nada vige; só sofrer.

O que faz um solitário, mero atômico?
Sequer molécula é capaz dele compor.

Abatido, sofrido, até atônito,

E neste inverno só lhe resta o cobertor
!
Se ela não se fosse ele seria mais feliz.

Teria um despertar bem diferente.

Sonhos passeiam, como ele nunca quis.

Que faz o frio na carência do caliente?
O
ritmo do relógio vacilando...
O bioritmo lá se vai na arritmia.

A mente voa e assim anda vagando,

levando junto a tirana agonia.
Com aquele corpo tinha a química ideal.
De que modo vai compor outro composto?
Quem sabe
Deus para livrá-lo desse mal?
Coloca a manta, reza em samba, tango, e fado.

Nada adianta. Julho passa pro passado.
Então espera ser presente do agosto

pra ter de novo aquele rosto do seu lado.


Um comentário:

Coruja Tricoteira disse...

Interessante o texto.