quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Cachorros emplacados

Preocupados com a proliferação de vira-latas, especialmente na Cidade Maravilhosa, e como resposta às múltiplas reclamações dos moradores sobre os bandos que andam pelas ruas, alguns parlamentares articulam a volta da famigerada carrocinha. O cálculo é que somente em Copacabana circulem aproximadamente cem mil cachorros. O plano é mirabolante, mas rentável. Como toda propriedade paga imposto anual, ora estudam instituir uma pequena taxa aos donos de cães, obrigando-os, ainda, a exporem uma placa numerada no pescoço do animal. Se por acaso o cachorro estiver sem a identificação, que corresponde à quitação tributária, estará sujeito ao guincho da carrocinha, ficando detido sei-lá em quais dependências, aguardando virar sabão. A placa conterá a data da vacina, a raça do cachorro, o nome do dono e querem colocar até o telefone para emergências. A medida carreará aos cofres públicos significante quantia, não tanto pelo tributo, mas procedente da enorme população canina.
Os políticos se referem à taxa como "lição de moral", precaução de higiene, e ordem nos passeios públicos, prometendo construir sanitários especiais para que o amigo do homem não suje as vias . Dizem que muitos animais levam a vida melhor do que gente, e por isso tem que pagar também.
Em tom de blague, para combinar com os contrans, já se anunciam os cãotrans. O receio é que a medida se estenda aos cavalos e às bicicletas também. Já houve isso na Europa, do século XIX, e a disposição teve pleno êxito, embora não acolhida pelo povo.
Qual sua opinião? Você votaria contra ou a favor do disciplinamento canino?

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