terça-feira, 18 de novembro de 2008

A reaparição do diabo

Quando a dupla chegou no Paraíso, lá já estava Belzebú. Dizem que o malvado se adiantou, entrou por uma fresta, ao arrepio do Magnânimo. Ao se valer daquele serviço nossa raça também foi obrigada a rastejar, suar sangue e derramar lágrimas em vales.
Para salvar os terráqueos de sua má conduta, depois de muito pensar Deus enviou seu Filho.
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Alguns conseguem a salvação, mas a maioria insiste em seguir o caminho do Inferno. Qual razão assiste à tão grande afluência? O diabo não fora liquidado? Não adiantou o Divino sacrifício?

No Paraíso lamentam a ausência de muitos pais de família; e no inferno recrudesce a curiosidade: o que atrairia cada vez maior contingente, a ponto de tornar a entrada totalmente engarrafada, ocasionando um tumulto generalizado no maligno habitat? A julgar pelas almas dos homens recém-chegados, a culpa continuava sendo das mulheres.
Preocupado com o alto índice demográfico, o chefe da malvadeza também enviou seu emissário à Terra. Missão: identificar o motivo de tanta preferência - afinal não havia mais o segredo da maçã.
O Presidente do Inferno recebeu a sugestão e acatou: já que Deus havia destinado seu Filho, porque ele não poderia fazer o mesmo, desta feita não para puxar mais gente, mas para descobrir de que modo os homens continuavam enredados pelas mulheres.
No calor infernal, foi eleito o Embaixador. Viria dotado de grande fortuna, para viver na Terra como simples mundano, sem poder se utilizar de seus dotes sobrenaturais. Deveria viver naturalmente, e casar imediatamente, a fim de desvendar os segredos das novas evas.
Não direi em qual cidade ele apareceu. Até amanhã.

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