O que faz uma rendeira
quando só, sem companhia,
tece o manto de Maria,
na esperança derradeira?
O vento sopra,
a brisa traz.
Lá vem a frota,
de volta ao cais.
O que faz um pobre moço,
sempre só, sem companhia?
Tece um manto de agonia,
na esperança do almoço.
O vento sopra
a brisa traz.
O frio lhe corta,
ela, jamais.
Moça bela e rendeira:
não precisa namorar.
Vem de longe, lá do mar,
quem vai lhe tornar faceira.
Velho-moço, ensimesmado,
pouco vale aprender renda.
Quem sabe um triste de fado,
não vá lhe trazer a prenda?
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