Tantas almas reunidas
em torno de um aniversário.
Pessoas outrora partidas,
ora volviam ao presente áureo.
Pareciam de mesma idade.
O tempo transcorrera diverso a cada um.
O mais velho, na mocidade,
e o jovem, velho de modo algum.
Ao meio-dia, surgiram estranhos.
Duas senhoras, e um padrinho.
Fizeram lá seus arreganhos,
engraçados, por estranhos no ninho.
Ninguém cantou parabéns.
Ouviu-se, distante, paramales.
Os estranhos se foram, com seus vinténs,
e os convivas voltaram para seus lares.
Os parentes ficaram satisfeitos.
Obtiveram pleno sucesso.
Seu canto surtiu os efeitos:
calaram tudo, confesso.
Daqui dez dias receberão os convivas
a retribuição das visitas, em suas moradas.
As existências não são ativas,
mas resistem, sem fazer nada.
Não importa se nada mais podem.
O silêncio se fez eloquente.
Do aniversário restou belo totem,
com as caras de toda gente.
* * *
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