sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Xadrez da vida

O peão ocupa a linha de frente.
Pobre diabo sói sucumbir à granel.
Morre pra salvar a gente,
tal boi-de-piranha, o bedel.


O bispo corre na diagonal,
obtuso, como convém ao velhaco.
É capaz de livrar-nos do mal,
mas é o segundo a ir pro buraco.


O cavalo é mais arisco.
Anda por "L", de frente e lado.
Porém, quando se mete no cisco,
também é logo sepultado.


A torre dificilmente cai;
Mas por vigia do reino,
por isso também se vai,
deixando o vazio ao demo.


A Rainha, por andar por todo canto,
acaba se nanando na correnteza.
E lá fica o Rei em pranto,
quase só, em sua mesa.


Disse quase por restar o garçon,
pequeno peão, de grande quilate.
A vida passou como avião;
ora é hora do xeque-mate!

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