Do alto ela viu o marujo
sentado na beira do cais.
Desceu na batida do jazz,
fingindo catar caramujo.
Deitado ali, na geral,
onde malandro se espraia,
havia aquele vivente
curtindo um solzinho na praia.
Ela dançava na escada,
predestinada em fractal,
para ser de toda amada,
na cabeça daquele animal!
Não se furtou a pequena.
Não se perdeu na via
em rosa, na qual se lia,
os mil motivos da gema.
Não se frustrou o rapaz,
mas ela deixou-lhe loquaz.
Prometeu-lhe o paraíso.
Iornou-lhe, porém, sem juízo,
sozinho, e perdido no cais.
Caindo no velho refrão,
coube àquele marujo
o querido caramujo,
e um mar de sofreguidão.
Alta-freqüência, poderosa;
e sua ausência, por demais dolorosa.
Então dê-lhe recital de novena
a rever a doce pequena!
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Movimento semi-perfeito
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