quinta-feira, 23 de julho de 2009

Para absorver a Energia Cósmica


Meio e fim coincidem na contemplação, observação pura (vigilância). Compreender a vida e as coisas como elas realmente são, sem ver o bem, ou mal, sem apego, se forem agradáveis ou favoráveis, sem aversão, se forem desagradáveis ou desfavoráveis; enfim, sem condicionamentos, que são entraves à observação pura.

A palavra “meditação significa cultivo do desenvolvimento mental”. Ela tem por fim libertar a mente do jorrar contínuo dos pensamentos, de toda espécie de impurezas e perturbações, tais como: indolência, preocupações, agitações, dúvidas, má vontade, ressentimento, ódio, etc..., cultivar qualidades, tais como: a concentração, a atenção, a vontade, a energia, a faculdade de analisar, a confiança, a alegria, a calma, etc.; e, finalmente, levar o indivíduo á mais alta sabedoria de ver as coisas tais como elas são, podendo alcançar a percepção da realidade.

Através da prática da meditação, podemos desenvolver nossa mente, objetivando a purificação e a compreensão da Verdade, e alcançar a perfeição em vida. É a ação vigilante da meditação que permite ao homem libertar-se da influência da relatividade dos fatos e das coisas e penetrar na verdadeira natureza da existência, isto é, compreender que ela é impermanente, sem substância e, portanto, capaz de causar sofrimento aquele que, na sua ignorância, se apega às coisas, aos seres e à própria vida. Uma vez libertado desta ilusão básica e, portanto, da irrealidade do conceito do "eu", que condiciona a noção de permanência e egoísmo, se liberta do ciclo sem fim dos renascimentos.

A meditação é um exercício, com o objetivo é estarmos plenamente atentos ao que ocorre a cada segundo, em todos os momentos mentais que surgem e desaparecem em nossa mente. Caminhando, de pé, sentado ou deitado, olhando em volta, quando vestindo, falando, ou em silêncio, comendo, bebendo, ou exercendo as funções naturais, a qualquer coisa que fizermos devemos ter plena consciência da ação, a cada momento; em outras palavras, devemos viver no momento presente "o aqui" e na ação presente "o agora". Isto não significa que devamos renunciar a pensar no passado ou no futuro; pelo contrário, pensaremos neles relacionando-os com o momento presente e com a ação presente.

Somente vivendo com plenitude o momento que passa, consciente de todas as vivências, será possível seguir o conselho de todos os Budas: "Evitar o mal, fazer apenas o bem e purificar a mente", pois a observância sobre o nosso processo mental nos dará, cada vez mais, auto conhecimento e, por seu intermédio, nos libertarmos de todos os pensamentos negativos, passando a perceber a impermanência de todas as coisas; nos libertando de todos os desejos e apegos e, pela gradativa purificação mental, iremos nos purificar fisicamente, pois a mente si reflete beneficamente sobre o físico, dando-nos mais saúde, alegria e felicidade. Hoje é de conhecimento geral que grande número de doenças respiratórias, circulatórias, digestivas, cutâneas etc. têm, habitualmente, origem psíquica ou mental, estudadas pela medicina psicossomática.

O sentido da meditação é observarmos aquilo que é, sem nenhum condicionamento; o que vem á tona no momento; observar e rotular é a única maneira de ganhar auto conhecimento. A única maneira de conhecer a mente, de conhecer os pensamentos e ver esta inteiração mente-corpo, corpo-mente e através da observação, entrando neste “nosso laboratório, que temos à mão e não sabemos como usar.”

A mente que observa também tem um surgimento, uma vivência e um desaparecimento, assim como todos os outros fenômenos que ocorrem, tanto na porta dos sentidos, no próprio corpo, como na mente; são todos impermanentes; não existe nada de permanente neste ser, tudo é um fluxo, tudo é um tornar-se.
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