quinta-feira, 30 de julho de 2009

A espada do ente




Na arena ingressou belo touro:
negro, imbatível, esguio.
Todos queriam seu couro,
a saírem de seus fastios.

O encarregado algoz,
vestido do mais brilhante,
provocou-lhe, em alta voz,
e o miúra se veio por diante.

Não esperava o animal
o que continha o alarde.
Nao era nenhum desleal.
E o bailarino? Mero covarde.

Não tinha escolha o coitado.
Nascera para morrer.
No piso ora pingado,
restou-lhe desfalecer.

Implorou quase de joelhos
pelo fatídico golpe.
Por trás do pano vermelho
veio a espada da morte.

A arena saudou o toureiro
pelo feito apreciado valente.
Devia premiar o ferreiro,
que moldou a espada do ente.

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