Ontem passou a menina,
daquelas de Príncipe Encantado.
De olhar distante, portanto ausente,
nada sentia, nem via ao lado:
passava outro, ali na esquina.
Já não fazia mais diferença.
Já não havia encantamento.
Por isso andava na nuvem densa,
o belo ser, e o pensamento.
Depois de décadas, mesma menina.
Toda meiguice, cantada em verso
de coração espatifado.
Mantinha o sonho, sempre distante.
Basta uma pedra, a seu conforto,
mas não o lápide, que é pra morto.
E assim se vai, a pobre gente,
olhando adiante, sem ter presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário