segunda-feira, 30 de março de 2009

Do guardador de rebanhos

O Tejo desce da Espanha
E o Tejo entra no mar, em Portugal
Muita gente sabe disso.
Mas poucos sabem qual é o rio de minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem
E por isso, porque pertence a menos gente,

É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América.
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio de minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro

Um comentário:

Anônimo disse...

Poesia muito boa, sempre temos saudade do rio de nossa infância.
Vim agradecer sua visita e comentário feito no meu blog.