domingo, 2 de novembro de 2008

Kikinho

Neste dia de finados,
lembramos de quem já não vemos.
Não são poucos os amados,
que todos nós bendizemos.

Pais, avós,
tias, primos e amigos.
Não se ouve mais as vozes,
nem mesmo naqueles abrigos.
Mas tem uma especial
que partiu antes do tempo.
Desferiu golpe mortal.

A melancólica colina
cada vez aumenta mais.
E subir o morro à cima,
onde supõe-se que jaz,
equivale a ir na estação,
de onde partiu o rapaz.

Lá no alto, perto do céu,
mora o garoto, que aqui faz falta.
Ora ficamos ao léo,
na saudade daquele peralta.

Não se pode compreender.
Impossível entender o corte
que premia a vida com a morte.


Lágrimas correm na face.
Lubrificam a aspereza
do corpo, da pele em face
de sua falta em nossa mesa.

Finados e Religião
* * *

Nenhum comentário: