O fastio da semana, o domingo radiante, e o límpido mar formavam apêlo à famíla usufruir o litoral.
A mulher logo encontrou as amigas; e os garotos, o frescobol. Ao lado jazia um caiaque. O publicitário nunca entrara no cubículo, mas o dono lhe ensinou a amarração. Advertiu-lhe para cruzar as ondas com a proa, diante da facilidade de emborcar. As ondas eram leves, de modo que ele nem lhe deu assim, tanta atenção. Ao varar os trinta metros, uma pequena à boreste foi forte para virar a embarcação. O publicitário se tornou de cabeça para baixo, e, preso pelas amarras, não encontrava o ponto do desamarro. Os segundos passavam dramáticos, e ele ali, há poucos metros de todos, no minuto entre a morte e a sobrevivência. Quem poderia lhe salvar? O filme da vida lhe passou pela cabeça. O desfecho não poderia ser mais trágico.
Algum tempo depois, deram por sua falta. O binóculo do salva-vidas acusava um ponto vermelho, no horizonte.
O dono do caiaque lamentou o episódio; a mulher derramou uma lágrima, mas se autoinocentou: o que ela poderia ter feito?
Os garotos foram aconselhados a não levarem tanto em consideração: tinham uma vida pela frente.
Sepultado o desafortunado, ninguém mais sentiu sua falta; tal qual enquanto vivia.
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